Antes de comprometer-se a assumir o tratamento de determinado paciente, um analista deve ter critérios bem definidos quanto ao fato de que sua indicação de psicanálise é a mais acertada possível, para minimizar o risco de possíveis futuras decepções para ambos.
Para o psicanalista David E. Zimerman alguns dos elementos que compõem os critérios para uma analisabilidade são:
1. Uma motivação suficientemente boa para querer fazer verdadeiras mudanças psíquicas.
2. Uma avaliação do diagnóstico e do prognóstico, relativos não somente ao grau de patologia do paciente, com os respectivos prováveis riscos, além de levar em conta a reserva de capacidades positivas.
3. A potencialidade de contrair uma relação vincular onde se instale uma aliança terapêutica.
4. Os fatores de ordem prática quanto às condições econômicas e equivalentes.
5. A acessibilidade que o paciente demonstra para entrar em contato com as suas regiões inconscientes, o que implica a necessidade de o analista avaliar o grau de amor às verdades que demonstra a pessoa que busca um tratamento psicanalítico.
À medida que os psicanalistas contemporâneos foram melhorando seu equipamento teórico e técnico, os critérios de analisabilidade tornam-se mais flexíveis e, descontando os eventuais indícios óbvios de uma contraindicação para análise, eles preferem observar as reais possibilidades, ou impossibilidades durante o curso da própria análise.