As redes sociais tornaram nossas interações mais rápidas. Nos aproximamos através delas, entretanto, passamos a nos comportar como se o mundo fosse a tela e as pessoas fossem seus avatares criados nos perfis.
Como viver no mundo virtual sem que nossa essência humana seja convertida em caricaturas feitas de emojis e stories?
São tempos de consciências odiosas. Que fragmentação excitante é o ambiente virtual das discussões!
Em possíveis hermenêuticas da consciência alheia, parece-me que os diálogos adoeceram e as ofensas encontraram saúde. É a controvérsia do desejo do bem em traços de maldade falada.
Ler livros me faz pensar como é difícil ler pessoas! Silêncios, argumentos, discussões, ausências... tudo parece ter perdido o sentido! Que falta nos fazem as conversas de calçada! Aquelas em que a gente falava com presença não só de corpo, mas também de alma!
Bloqueia. Exclui. Adiciona. Segue. Visualiza. Compartilha. É a mecanização de relações descartáveis em um mundo que é virtual e, por isso, ausente de carne e osso. Ausente de sentimento de pele, mas cheio de seguidores!
Quem somos? Talvez já tenhamos deixado de ser há algum tempo porque é tão fácil adicionar ou excluir que vínculos parecem nem ter mais significados e as boas conversas não nos fazem mais gente de verdade.